Turquia estende operações na Síria e no Iraque por mais dois anos
O parlamento da Turquia estendeu na terça-feira a autorização militar para lançar operações transfronteiriças nos países vizinhos da Síria e do Iraque por mais dois anos.
Essas operações foram inicialmente aprovadas em 2013 para apoiar a campanha internacional contra o grupo Estado Islâmico (EI) e têm sido renovadas anualmente desde então.
Em 2021, elas foram renovadas pela primeira vez por dois anos, dando ao Presidente Recep Tayyip Erdogan um prazo mais longo para conduzir campanhas contra as milícias curdas na região problemática.
“É essencial para a segurança nacional da Turquia tomar as medidas necessárias de acordo com os direitos decorrentes do direito internacional contra todos os tipos de riscos, ameaças e ações que possam representar perigo para a segurança nacional da Turquia”, diz a proposta assinada por Erdogan.
Ela também afirma que a Turquia receberia com satisfação a presença de tropas estrangeiras em seu território com o objetivo final de combater grupos terroristas, de acordo com as circunstâncias estabelecidas pelo presidente.
Essa cláusula gerou fortes críticas do principal partido de oposição, o CHP, que tem feito campanha contra a presença de “botas estrangeiras” em solo turco.
“Como nacionalista, não quero que nenhuma tropa estrangeira pise o solo turco”, disse o líder do partido, Kemal Kilicdaroglu, na semana passada.
Os legisladores do CHP votaram contra a proposta na terça-feira.
A Turquia intensificou seus ataques aéreos transfronteiriços contra alvos curdos no nordeste da Síria e no norte do Iraque em retaliação pelo atentado de 1º de outubro em Ancara. O ataque feriu dois policiais e foi reivindicado por uma ala do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que é considerado um grupo terrorista por Ancara e seus aliados ocidentais.
Autoridades turcas disseram que os dois agressores que morreram no ataque em Ancara eram originários da Síria.
A operação da Turquia na Síria teve como alvo principalmente instalações de petróleo e outras instalações energéticas controladas pelas Unidades de Proteção do Povo Curdo (YPG).
O grupo faz parte integrante das Forças Democráticas Sírias (SDF), apoiadas pelos Estados Unidos e que serviram como o exército de facto dos curdos na região, liderando a batalha para expulsar os jihadistas do Estado Islâmico da região em 2019.
Ancara considera o YPG um grupo terrorista com vínculos com o PKK.
Fonte: Turkey extends Syria, Iraq operations by another two years (france24.com)