Erdoğan ameaça ‘separar-se’ da UE após relatório crítico do Parlamento Europeu
A candidatura da Turquia à adesão à UE estagnou durante anos, devido ao comportamento cada vez mais autocrático do líder turco.
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdoğan, criticou no sábado um relatório do Parlamento Europeu sobre as negociações de adesão do país à UE e ameaçou “separar-se” do bloco.
Questionado por jornalistas sobre o relatório, Erdoğan disse que “a UE está a tentar romper com a Turquia”, segundo a agência estatal turca Anadolu.
“Faremos as nossas avaliações face a estes desenvolvimentos e, se necessário, podemos separar-nos da UE”, disse Erdoğan antes de uma viagem para participar na Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova Iorque.
O relatório do Parlamento Europeu, aprovado esta semana em Estrasburgo, afirma que as conversações sobre a adesão de Ancara ao bloco não devem ser retomadas nas atuais circunstâncias, expressando as preocupações da UE sobre as violações dos direitos humanos e do Estado de direito. Em vez disso, os legisladores europeus defenderam a procura de “um quadro paralelo e realista” para as relações entre Bruxelas e Ancara.
“Vimos recentemente um interesse renovado por parte do governo turco em relançar o processo de adesão à UE”, disse o principal legislador do processo, o socialista espanhol Nacho Sánchez Amor, após a adopção do relatório na quarta-feira.
“Isto não acontecerá por causa de negociações geopolíticas, mas apenas quando as autoridades turcas demonstrarem interesse real em impedir o retrocesso contínuo nas liberdades fundamentais e no Estado de direito no país”, disse Sánchez Amor.
Os laços Turquia-UE deterioraram-se devido ao comportamento cada vez mais autocrático de Erdoğan, após uma tentativa fracassada de golpe de Estado em 2016.
As negociações sobre a adesão da Turquia ao bloco estagnaram durante anos. Em julho, porém, os ministros dos Negócios Estrangeiros da UE concordaram em avançar com as relações.
Fonte: Erdoğan threatens to ‘part ways’ from EU after critical European Parliament report – POLITICO