Turquia critica protesto “desprezível” de queima do Alcorão na Suécia
O ministro das Relações Exteriores da Turquia condenou a queima de várias páginas do Alcorão na Suécia na quarta-feira como “vil” e “desprezível”, segundo a Agence France-Presse.
Um homem realizou o protesto do lado de fora da principal mesquita de Estocolmo depois que a polícia sueca concedeu uma autorização para o protesto, que coincidiu com o início do feriado muçulmano Eid al-Adha.
“Eu amaldiçoo o ato desprezível cometido contra o nosso Livro Sagrado, o Sagrado Alcorão, no primeiro dia do Eid al-Adha”, disse o ministro das Relações Exteriores turco, Hakan Fidan, no Twitter.
“É inaceitável permitir essas ações anti-islâmicas sob o pretexto de liberdade de expressão.
“Fechar os olhos para esses atos atrozes é ser cúmplice”, acrescentou.
MÜBAREK KURBAN BAYRAMI’NIN İLK GÜNÜNDE KUTSAL KİTABIMIZ KUR’AN-I KERİM’E YÖNELİK #İSVEÇ’TE YAPILAN AŞAĞILIK EYLEMİ LANETLİYORUM!#İSLAMKARŞITI BU EYLEMLERE İFADE ÖZGÜRLÜĞÜ BAHANESİYLE İZİN VERİLMESİ KABUL EDİLEMEZ.
BU TARZ MENFUR EYLEMLERE GÖZ YUMMAK SUÇA ORTAK OLMAKTIR.
— HAKAN FIDAN (@HAKANFIDAN) 28 DE JUNHO DE 2023
Salwan Momika, de 37 anos, que fugiu do Iraque para a Suécia há alguns anos, havia pedido permissão à polícia para queimar o livro sagrado muçulmano “para expressar minha opinião sobre o Alcorão”.
Antes do protesto, Momika disse à agência de notícias TT que também queria destacar a importância da liberdade de expressão.
Momika pisoteou o Alcorão, colocou tiras de bacon nele, ateou fogo em algumas páginas antes de fechá-lo com força e chutá-lo enquanto balançava bandeiras suecas.
A autorização da polícia para o protesto veio duas semanas depois que um tribunal de apelação sueco rejeitou a decisão da polícia de negar permissões para duas manifestações em Estocolmo que incluiriam a queima do Alcorão.
Na época, a polícia citou preocupações com a segurança.
A queima do livro sagrado muçulmano fora da embaixada da Turquia em janeiro levou a semanas de protestos, pedidos de boicote a produtos suecos e interrompeu ainda mais a candidatura da Suécia à adesão à OTAN.
Atos semelhantes no passado provocaram protestos violentos e indignação em todo o mundo muçulmano.
Ancara se ofendeu especialmente com o fato de a polícia ter autorizado a manifestação de janeiro.
A Turquia bloqueou a candidatura da Suécia à OTAN devido ao que percebe como uma falha de Estocolmo em reprimir grupos curdos e dissidentes políticos que considera “terroristas”.
Fonte: Turkey slams ‘despicable’ Quran burning protest in Sweden – Turkish Minute