Turquia em conversações com a Rússia para operações militares de pequena escala no norte da Síria
Autoridades turcas e russas estão negociando uma operação militar turca em pequena escala para remover combatentes curdos sírios da área a oeste do rio Eufrates nas próximas semanas, informou o Middle East Eye, citando fontes familiarizadas com a situação.
No início desta semana o presidente turco Recep Tayyip Erdoğan ameaçou as Unidades de Proteção do Povo Curdo (YPG) com uma ofensiva terrestre em resposta a um atentado a bomba mortal em Istambul em 13 de novembro, pelo qual Ancara acusou o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) e o YPG.
O Ministro da Defesa turco Hulusi Akar disse a seu homólogo russo, Sergei Shoigu, em um telefonema na quinta-feira, que Ancara continuaria a responder a ataques que visam assentamentos civis na Turquia, de acordo com a leitura turca da chamada.
Ancara tem conduzido uma série de ataques aéreos em todo o norte da Síria contra alvos do YPG desde o bombardeio İstanbul.
Isto tem atraído críticas americanas sobre a proximidade dos ataques às bases da coalizão próxima, onde os soldados americanos estão estacionados.
“[Nós] temos apontado que a prevenção permanente da ameaça terrorista e do corredor e a neutralização das organizações terroristas é nossa prioridade máxima”, leu a declaração turca sobre a conversa de Akar com Shoigu.
Após o atentado a bomba em Istambul, a Turquia lançou uma série de ataques aéreos em partes do Iraque e da Síria no domingo, visando grupos curdos.
A Turquia culpou o atentado a bomba na milícia curda síria YPG e a PKK. O PKK é designado como um grupo terrorista pela Turquia e por grande parte da comunidade internacional.
Os grupos curdos negam qualquer envolvimento no ataque Istambul.
A Turquia diz que a milícia curda YPG é aliada ao PKK, que tem feito uma insurgência contra o Estado turco desde 1984.
De acordo com o Observatório de Direitos Humanos da Síria sediado no Reino Unido, a Turquia lançou ataques na sexta-feira em Hasakeh, no nordeste da Síria, mantidos pelas Forças Democráticas Sírias (SDF) apoiadas pelos EUA, que é liderada pelo YPG.
Erdoğan na sexta-feira, prometeu proteger a fronteira sul da Turquia com uma “zona segura” na Síria.
Há muito tempo ele tem procurado construir uma “zona segura” de 30 km dentro da Síria e ameaçou repetidamente este ano iniciar uma nova operação militar para alcançar este objetivo.
A Rússia e os Estados Unidos, no entanto, apelaram para uma desescalada.
Os militares da Turquia realizaram três ofensivas contra os combatentes curdos e do Estado Islâmico do Iraque e do Levante (ISIL) desde 2016 e já capturaram território no norte da Síria, detidos por procuradores sírios apoiados por Ancara.