Abuso da Interpol pela Turquia
O opressivo regime Erdogan, que não deixa seus oponentes respirar dentro do país, segue uma política de intensa pressão e intimidação contra dissidentes que de alguma forma conseguiram fugir da Turquia e estão lutando para manter a vida como expatriados.
Assassinatos, sequestros, deportações ilegais e intimidação familiar são métodos conhecidos para silenciar a dissidência política no exterior.
O abuso da INTERPOL tornou-se uma das práticas mais notáveis do governo turco que é líder no crime organizado na Europa, de acordo com o Índice Global de Criminalidade-2021, demonstrando seu desrespeito imprudente pelo direito internacional.
Os passaportes de quase 250.000 pessoas foram cancelados ou os pedidos de renovação de centenas de milhares foram rejeitados sem justificativa. Seus filhos não receberam passaportes.
A Turquia foi ainda mais longe e ultrapassou os limites ao ponto de explorar o sistema INTERPOL.
Após a chamada tentativa de golpe, as autoridades turcas supostamente tentaram carregar até 60.000 nomes para o sistema de relatórios da Interpol em massa. A Turquia estava tentando emitir um aviso vermelho para seus oponentes, mesmo que não houvesse um mandado de prisão para eles.
Os Avisos Vermelhos são publicados pela INTERPOL a pedido de um país membro, e devem cumprir a Constituição e as Regras da INTERPOL. Um Notificação Vermelha pretende informar outros países que uma pessoa é procurada com base em um mandado de prisão por crimes tipicamente como assassinato, estupro, abuso de crianças ou assalto à mão armada.
A INTERPOL não pode obrigar nenhum país membro a prender um indivíduo que seja objeto de uma Notificação Vermelha. Cada país membro decide por si mesmo qual o valor legal de dar um Aviso Vermelho dentro de suas fronteiras.
O Estado turco estava tentando transformar esta organização, que foi estabelecida com a cooperação de 190 países, em um instrumento de sua própria luta política.
A Interpol, por outro lado, teve o cuidado de não ser parte de um harangue aberto com as autoridades turcas. Embora oficialmente se abstenha de polêmicas, a INTERPOL tomou uma posição clara contra reivindicações de motivação política.
De fato, o terceiro artigo da Constituição da INTERPOL afirma que “É estritamente proibido à Organização empreender qualquer intervenção ou atividades de caráter político, militar, religioso ou racial”.
Entretanto, o Estado turco continuou a se beneficiar dos registros que carregou na INTERPOL, pois era difícil determinar quais dos relatórios que a Turquia tinha entrado no sistema eram destinados aos verdadeiros criminosos e quais eram destinados a intimidar os opositores políticos.
A INTERPOL disse que tinha 80.000 decisões disponíveis para revisão. Falando à Euronews, o membro do Bundestag alemão Andrej Hunko argumentou que os Avisos Azuis, que são levantados para indagar sobre a localização das pessoas de interesse, também deveriam ser verificados, com as seguintes palavras: “Talvez não haja perigo na Alemanha, mas unidades de segurança turcas em outros países sequestram pessoas e as levam para a Turquia”.
O regime de Erdogan deve parar para abusar do SISTEMA INTERPOL contra seus oponentes.