Pagar a Turquia para evitar o fluxo potencial de refugiados afegãos para a Europa é uma opção pouco confiável
Enquanto os Estados Unidos retiram as últimas tropas do Afeganistão após a rápida tomada de controle do país pelo Talibã, a União Europeia tem poucas opções para evitar que outro influxo em grande escala de refugiados e migrantes entre em seu território. Pagar à Turquia é uma opção, mas não é provável que se mostre confiável se o precedente da Síria for válido, disse uma reportagem da CNN na sexta-feira.
O relatório observou que, se a UE enfrenta um grande fluxo de refugiados e migrantes afegãos semelhante ao da Síria em 2015, ela tem apenas duas opções. Pode pagar aos vizinhos regionais para segurar os refugiados, portanto a Turquia, ou chegar a um acordo de cotas para assentá-los nos 27 estados membros da união.
Bruxelas provavelmente irá optar pela primeira opção. A CNN observa que já havia tentado essa abordagem em 2015, dando ao presidente turco Recep Tayyip Erdoğan dinheiro do governo para impedir que os migrantes entrassem na Europa através da Turquia.
“Eles aprenderam todas as lições erradas de 2015, onde fechar um acordo com a Turquia saiu pela culatra drasticamente quando o presidente Erdoğan decidiu que era politicamente conveniente usar essas pessoas como armas, deixando-as ir para a Grécia”, Zoe Gardner, conselheira de política do Conselho Conjunto para o Bem-Estar dos Imigrantes, disse à CNN.
A capacidade de Erdoğan de transformar esses refugiados em armas, ela argumentou, foi possibilitada por políticos populistas que retrataram as pessoas que fugiam de zonas de guerra como algo que seus cidadãos deveriam ver como um perigo.