Nova descoberta em Gobekli Tepe pode revelar segredos
Uma equipe de arqueólogos israelenses fez uma descoberta diferente em uma antiga ruína turca, conhecida como Gobekli Tepe.
Gobekli Tepe, no sudeste da Turquia, é provavelmente o templo mais antigo do mundo, de quase 12 mil anos, de uma época em que a humanidade estava descobrindo a domesticação de animais e o cultivo de plantas, a base para seu desenvolvimento futuro.
Os arqueólogos da Universidade de Tel Aviv, Gil Haklay e Avi Gopher, descobriram o que acreditam ser um padrão geométrico oculto, um triângulo equilátero, que fazia parte do plano arquitetônico das estruturas do local.
© Foto / K. Schmidt and J. Notroff, DAIAnálise arquitetônica da geometria oculta em Gobekli Tepe: representação esquemática do Gobekli Tepe
A descoberta faz com que os pesquisadores suspeitem que essas estruturas tenham sido planejadas “como uma única unidade e possivelmente construídas ao mesmo tempo”, segundo o jornal Haaretz.
“Há muita especulação de que as estruturas foram construídas sucessivamente, possivelmente por diferentes grupos de pessoas, e que aquela foi encoberta enquanto a próxima estava sendo construída. Mas não há evidência de que elas não sejam contemporâneas”, afirmou Haklay.
A descoberta sugere que os arquitetos foram capazes de “aplicar os princípios geométricos rudimentares” durante a construção, bem como “criar unidades de medida padrão” nas eras do Neolítico ou Paleolítico tardio.
Além disso, a construção das estruturas exigiria centenas de trabalhadores e poderia ter marcado a transição para uma sociedade mais sedimentada, afirmou Avi Gopher.
© Foto / Pixabay / morisonandsmithPedras do Neolítico (imagem referencial)
“Esse é o início: o instinto de compartilhamento das sociedades de caçadores-coletores é reduzido e a desigualdade está crescendo; alguém está dirigindo o show, eu não sei se são os xamãs ou os líderes políticos, mas é uma sociedade dotada de um arquiteto e alguém que inicia um projeto como esse e tem o poder de fazer isso acontecer”, explicou.
O padrão geométrico descoberto também reforça a interpretação de Gobekli Tepe como “um local de culto”, e que estratificação mencionada anteriormente ainda envolve uma “mudança de percepção da relação entre os humanos e a natureza“, observa o Haaretz.
“Na arte paleolítica, os humanos são raros, mas uma mudança é iniciada, dando início a um mundo antropocêntrico onde os animais e as plantas não estão em igualdade com os humanos, mas, sim, são subordinados a eles”, explicou Gopher.