Erdoğan solicita permissão para falar na inauguração de mesquita na Alemanha
O presidente turco, Recep Tayyip Erdoğan, pediu a permissão para autoridades alemãs para se dirigir aos expatriados turcos na ocasião da inauguração de uma mesquita em Colônia, durante uma visita estatal planejada à Alemanha no final de setembro, informou o jornal Hürriyet na sexta-feira.
Os detalhes da agenda de Erdoğan quanto ao local e horário do evento serão definidos dependendo da resposta esperada do governo alemão.
Em seu discurso, Erdoğan deve agradecer à comunidade turca pelos votos que recebeu do exterior nas eleições gerais e presidenciais de 24 de junho.
A última vez que Erdoğan se reuniu com expatriados turcos na Alemanha foi em maio de 2015, quando ele participou de uma reunião de jovens realizada no DM Arena, em Karlsruhe.
Seu pedido para se dirigir aos Turcos via teleconferência durante um comício pró-democracia após a tentativa de golpe fracassada na Turquia em julho de 2016, no entanto, foi negado pelo governo alemão por razões de segurança.
O site de notícias Diken apontou que a polícia de Berlim propôs medidas extraordinárias de segurança na cidade durante a visita de Erdoğan, classificando-a como a mais arriscada desde a visita do presidente dos EUA, George W. Bush, à capital alemã em 2002.
Uma pesquisa publicada na terça-feira pelo jornal German Bild revelou que a grande maioria dos alemães se opunha à idéia de Erdoğan fazer um discurso durante sua visita.
Uma pesquisa anterior realizada pelo jornal Die Welt logo após o anúncio da visita sugeriu que 69% dos alemães nem mesmo aprovaram a visita em si.
O fato de que a mesquita em questão está prevista a operar sob mandato da União Turco-Islâmica para Assuntos Religiosos (DITIB) levanta outra questão problemática nas relações da Turquia com a Alemanha desde DITIB foi envolvido em um escândalo de espionagem em que alguns imãs trabalhando em mesquitas da DITIP alegadamente informaram os consulados da Turquia na Alemanha sobre os membros do movimento Gülen.
O movimento Gülen foi imediatamente responsabilizado pelo governo turco pela tentativa de golpe de julho de 2016, uma acusação fortemente negada pelo movimento e não apoiada pelos governos europeus.
DİTİB também recebeu críticas pesadas por um evento realizado na ocasião do aniversário da Batalha dos Dardanelos em uma de suas mesquitas em Herford, na Renânia do Norte-Vestefália, em que crianças pequenas faziam um desfile vestidas de soldados e carregando armas de brinquedo.